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Atentado Riocentro

Tudo aconteceu no dia 30 de abril em 1981. Insatisfeitos com a ideia de voltar a ter eleições representativas diretas para cargos eletivos no Brasil, alguns grupos que desejavam a continuação do controle militar no país, realizaram uma série de atentados contra líderes e organizações que se opunham ao regime militar.


O caso Riocentro foi uma das últimas tentativas efetuadas por um grupo de militares da linha-dura (facção que adotava posições mais radicais e intolerantes durante o regime militar) para tentar parar o processo de abertura política que havia sido iniciado nos finais na década de 1970.


Dia do trabalhador

Convite para o show 1 de maio de 1981 Foto: Reprodução

No dia 30 de abril de 1981, no bairro de Jacarepaguá, Rio de Janeiro acontecia um evento que dava inicio a comemoração do Dia dos Trabalhadores. Neste evento, vários artistas da Música Popular Brasileira que se destacaram na oposição ao regime militar, como Chico Buarque, Alceu Valença, Gonzaguinha e Gal Costa, se apresentariam na festa.


[endif]--A ideia inicial era apenas espalhar o pânico e a desordem entre o público do evento. Sendo assim, alguns militares que participavam da linha dura planejaram explodir bombas nos geradores de energia do evento. O que era apenas uma brincadeira” de mau gosto se tornou um desastre. ![endif]--


Plano frustrado

Explosão no Puma. Atentado do Riocentro exigiu um tipo de planejamento que não poderia prescindir do conhecimento do alto comando.

O atentado havia sido planejado com um ano de antecedência. Neste tempo quatro equipes receberam treinamento para a execução do plano que pretendia explodir três bombas no local e com isso incriminar os grupos de esquerda contrários à ditadura, fazendo com que o processo de abertura política cessasse.




[endif]--Entretanto, o plano não saiu como forme o planejado. Uma das bombas explodiu antes da hora em um carro no estacionamento perto de onde o evento acontecia, matando um sargento e ferindo gravemente outro oficial.


Outra explosão ainda ocorreu de uma bomba que havia sido jogada na miniestação elétrica que gerava a energia para o evento, mas ela explodiu no pátio e a ideia de interromper o evento não deu certo.


Repercussão


O exército até tentou culpar os radicais de esquerda como responsáveis pelo atentado contra o governo, mas não funcionou. O envolvimento de militares da “linha dura” com medidas contra o processo de abertura política já era conhecido. Com isso, a “linha dura” e juntamente com o se SNI (Serviço Nacional de Informações) uniram na tentativa de encobrir o caso, porém não conseguiram.


Notícia Ataque no Riocentro Jornal da Tarde - 02 de maio de 1981

O caso causou enorme desgaste ao governo Figueiredo, que mostrava não poder controlar as forças mais extremas do exército. Um inquérito policial militar foi aberto sobre o caso, mas depois da tentativa frustrada de provar o envolvimento da “linha dura” no atentado o caso foi arquivado e o ministro da Casa Civil Golbery de Couto e Silva, um dos articuladores do processo de abertura “lenta, gradual e segura” da ditadura ao regime militar renunciou ao cargo uma vez que sua imagem havia sido enfraquecida com este fato.


O episódio marcou o fim do embate entre os militares da linha dura e o processo de abertura política no país e foi um grande escândalo na época, uma vez que não houve apurações reais para descobrir quem eram os mandantes da ação terrorista.




Sites Consultados:

https://www.cartacapital.com.br/sociedade/como-era-para-ser-o-ataque-do-riocentro-506.html

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